Israel, "paradigma de democracia"




No Brasil, comentaristas habituados a dizer leviandades, sempre que solicitados dizem que Israel é “um paradigma de democracia”.
Tenha paciência. Israel é uma “democracia” que aos cidadãos palestinos (20% da população do país) nega os mesmos direitos das pessoas de origem judaica. Israel jamais quis assimilar nem integrar os “árabes israelenses” ou “não-judeus”, tratando-os, em vez disso, como cidadãos de segunda ou terceira classe.
Desde que a Palestina foi invadida e se tornou colônia sionista, contra a população nativa foram praticados, de forma sistemática e institucionalizada, diversos procedimentos discriminatórios e de expropriação.
As comunidades palestinas em Israel estão divididas, separadas, reprimidas e submetidas a rígidos e violentos controles. Não é respeitada a identidade cultural dos integrantes dessas comunidades, que não são sequer considerados membros de uma minoria nacional, conforme determina a Resolução 181, da ONU, pisoteada pelo Estado sionista israelense.
Não bastassem esses abusos, há quase 40 anos a maior parte do território palestino – que inclui a Faixa de Gaza e a Margem Ocidental do rio Jordão, incluindo Jerusalém – é objeto de ocupação militar.
E não apenas os “árabes israelenses” que sofrem com a falta de democracia. Veja-se, nesse sentido, o que dizem os dados e análises do Instituto Israelense de Democracia (http://en.idi.org.il) acerca da constante queda dos índices de participação política dos próprios israelenses, e sobre as razões de Israel ocupar atualmente o 22º lugar em termos de democracia, em um grupo de 31 países:
Com efeito. O desempenho de Israel é muito baixo no que diz respeito à proteção de direitos humanos, políticos e econômicos. É extremamente ruim quanto ao respeito de liberdade de culto, e elevado somente quando se trata de desigualdade socioeconômica.
Comparado a outros países, Israel apresenta alto índice de tensões sociais e de abismos socioeconômicos entre os vários segmentos da sociedade. Nesse sentido, menor que Israel, só a Índia.
Na última década, em Israel, a participação popular nas eleições diminuiu progressivamente, enquanto crescia a corrupção, em particular no governo. Diminuiu também a liberdade de imprensa, mas aumentaram a taxa de encarceramento e as desigualdades salariais.
Hoje em dia, Israel e Polônia são os países em que a população menos acredita que “democracia seja a melhor forma de governo”. Israel, assim como México, Índia e Romênia são países em que mais se acredita que “líderes fortes”, autoritários, são mais indicados para governar que os parlamentos.
Para os israelenses, a imprensa de seu país é “livre só em termos”. Mais da metade dos judeus acha que palestinos devem ser tratados desigualmente; dois terços acreditam que decisões políticas importantes devem ser tomadas apenas por judeus; só 1/3 aceita partidos políticos palestinos, e a maioria sonha com o dia que todos os árabes sejam obrigados a imigrar.
Israel é, de fato, algo parecido a uma gigantesca base militar dos Estados Unidos. Suas forças armadas controlam a economia, a cultura, a educação e a política do país. A tecnologia, muito desenvolvida, é concebida para contemplar especificamente necessidades militares.

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