POR QUEM OS SINOS DOBRAM
Durante anos, acreditando piamente nos relatórios otimistas de seus generais, os presidentes dos Estados Unidos promoveram sem reclamar uma gigantesca intervenção armada no Vietnã e em toda a Indochina. Em 1967, o presidente Lyndon Johnson finalmente resolveu fazer uma pergunta boba: os comandantes militares americanos tinham algum plano ou alguma estratégia para vencer a guerra?
A resposta foi um constrangido não, o fim da guerra simplesmente não estava no horizonte dos comandantes militares, acostumados a mandar cada vez mais soldados para a frente de batalha, e a autorizar somas vultosas em contratos de fornecimentos de armas e equipamentos.
Mais de 14 milhões de toneladas de bombas foram lançadas sobre a população vietnamita, 3 vezes mais que na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Em momentos algum aqueles generais consideraram as consequências de sua insensatez, como o imenso endividamento público (hoje próximo aos 3 trilhões de dólares) e o crescente desprestígio do país no exterior.
Decepcionado com os militares, Johnson se pôs a buscar uma forma de sair da guerra com alguma dignidade. Ordenou à Força Aérea que deixasse de bombardear, mas a saúde a precária o impediu de continuar sendo presidente. Seu sucessor, Richard Nixon, o Dick Vigarista. levou mais quatro anos, muitos bilhões de dólares, outros 20 mil cadáveres de soldados americanos, centenas de milhares de vietnamitas trucidados, e a mais vergonhosa derrota sofrida por uma potência militar em toda a história, para aprender a lição e reconhecer que a responsabilidade de resolver o problema era sua.
Os Estados Unidos jamais pagaram um centavo de indenização e ainda por cima decretaram um embargo comercial contra o heroico povo vietnamita, cuja única sustentação sempre foi a gloriosa União Soviética. E hoje, por quem dobram os sinos? No Brasil, se perguntássemos aos políticos, aos juízes, aos comandantes militares e policiais, se alguma vez pensaram uma estratégia para vencer a violência e a criminalidade, ouviríamos com certeza um não como resposta.
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